Promessa

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EDUCAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE ©
Horácio Wanderlei Rodrigues
Quando da elaboração de seus projetos pedagógicos, as instituições de ensino têm de considerar um conjunto de outras exigências, inclusive relativas a conteúdos, presentes em outras normas, cujo objeto central nem sempre é a educação.
Recentemente mais um conteúdo foi introduzido pela legislação como obrigatório durante todo o processo de ensino-aprendizagem formal, no âmbito de uma norma que não trata de direito educacional. Trata-se da educação para a terceira idade, prevista no artigo 22 da Lei n.º 10 .741/2003 (Estatuto do Idoso). A norma referida assim se expressa:
Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados a processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
Segundo esse dispositivo, os processo formais, entendidos como aqueles desenvolvidos pelas instituições de ensino, em todos os níveis da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e da educação superior (graduação e pós-graduação), devem necessariamente conter “conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso”, buscando “eliminar o preconceito” e “produzir conhecimento sobre a matéria”.
A norma constante do Estatuto do Idoso possui, nesse sentido, pelo menos três objetivos:
a) educar os mais jovens para a aceitação dos idosos, permitindo assim a sua adequada integração familiar e social; esse aspecto deve ser priorizado na educação básica;
b) educar todos nós, seres humanos, para aceitarmos o processo de envelhecimento e nos prepararmos adequadamente para a terceira idade; e
c) desenvolver pesquisa sobre o processo de envelhecimento, em todos os seus aspectos, produzindo novos conhecimentos sobre essa matéria; esse aspecto cabe, preferencialmente, aos programas de pós-graduação stricto sensu.
A legislação não faz referência à forma pela qual a educação para a terceira idade deve ser oferecida ou trabalhada; entretanto, pelas suas peculiaridades, parece que a melhor forma de trabalhá-la seja como tema transversal, forma adotada para a educação ambiental, conforme legislação específica[1]. No âmbito dos projetos pedagógicos, é necessário que se demonstre claramente a opção adotada, restando claro como será trabalhada a educação para a terceira idade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Não desista de estudar


Beirando os 40 anos, você resolveu voltar a estudar - concluir o ensino médio, fazer uma faculdade, aprender a tocar um instrumento musical, a falar uma outra língua -, mas desistiu por causa da idade. "Estou muito velho para isso", pensou. "Meu cérebro não absorve mais conhecimentos." Ou, na mesma faixa etária, você se lançou de novo nos livros e nas apostilas, mas, quando o curso começou, desanimou. Seus colegas, muito mais novos, aprendem com a rapidez que você perdeu há 20 anos e te deixam para trás.
Sim, seu cérebro pode estar cansado. Mas não culpe a idade por isso. E nem use esse "cansaço cerebral" como desculpa para abandonar o caderno. Segundo neurologistas, muitas velas assopradas não impedem ninguém de (re) começar a estudar.
Em primeiro lugar, a crença de que a partir dos 35 ou 40 anos os neurônios perdem a "eficiência" é falsa. "Não existe uma idade em que o cérebro começa a funcionar menos", diz o neurologista Marco Aurélio Santos Macedo, da Diagnósticos da América (Dasa). "Com o passar do tempo, há, sim, a morte de neurônios e a perda de sinapses (conexões entre as células). Mas o início destas perdas está relacionada a fatores como carga genética, hábitos e estilos de vida, uso de substâncias tóxicas, doenças preexistentes, entre outros", explica.
A falta de uma vida saudável e de estímulos intelectuais (como a leitura) também acelera a perda das células, completa o neurologista Luiz Celso Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O cérebro precisa ser constantemente estimulado (leia abaixo)."
Mesmo com a perda dos neurônios, ninguém fica "imprestável" para o aprendizado, atestam os dois médicos. Ainda que "desfalcada", sua cabeça absorve muito conhecimento. "Pessoas mais velhas não têm dificuldade de aprendizado, só aprendem de maneira diferente", diz Vilanova. "Com a perda dos neurônios, o cérebro 'trabalha' mais lentamente, dando-nos a falsa impressão de que está 'falhando'. Mas isso não é verdade. E não nos impede de aprender algo novo", emenda Macedo.
Se o seu cérebro não está impedido pela idade de absorver novos conceitos, por que, então, é tão difícil decorar fórmulas, ler partituras ou aprender novas línguas depois dos 40 anos? A professora Rosana Cardoso do Nascimento, de 40 - que ensina inglês e português há 15 anos para crianças e adultos -, aponta uma resposta: as barreiras que nós mesmo criamos para o aprendizado. "Quanto mais velhos ficamos, mais barreiras, mais dogmas inventamos. Dizemos: 'não vou aprender isso nunca; não na minha idade'. E não aprendemos."

Nunca é tarde para voltar a estudar

Voltar aos bancos escolares após décadas longe dos estudos é sempre um grande desafio. Os cursos são diferentes, as ferramentas são outras, a didática é outra e, claro, o próprio estudante tem de se readaptar às novas realidades dentro de uma sala de aula. Entretanto, a recompensa é gratificante. Uma nova faculdade ou uma especialização agrega valor ao profissional e, superada todas as dificuldades, ao final do curso, vê-se que vale, e muito, a pena voltar a estudar, mesmo que depois de muitos anos.
 
A psicóloga Regina Ávilla, de 53 anos, é um exemplo para quem ainda se pergunta se não passou da hora de investir no conhecimento e na valorização profissional. Formou-se na PUC de São Paulo em 1994 e se especializou em Psicanálise dois anos depois. Hoje, passados onze anos desde sua última experiência acadêmica, ela cursa o Programa Avançado para Executivos de RH da Brazilian British School (BBS) e garante que fez a melhor escolha. ?Tem sido um grande prazer para mim. Pensei que seria difícil me readaptar, que seria estafante estudar e trabalhar ao mesmo tempo, mas a satisfação de voltar a estudar e abrir os horizontes superou todas as dificuldades?, afirma ela.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Adultos têm mais dificuldades em aprender

Após 72 horas de aprendizados, o adulto retém 85% do que ouve, vê e faz

Assim como a Pedagogia trata do aprendizado infantil, a Andragogia trata do aprendizado na fase adulta.
O educador e filósofo Paulo Freire diz que o aprendizado para adultos é diferente, pois eles já têm experiência de vida e um vasto conhecimento do mundo.
Kelvin Miller, pesquisador, afirma que, após 72 horas de aprendizado, os estudantes adultos retêm apenas 10% do que ouvem e 85% do que ouvem, vêm e fazem.
Observou ainda que as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra.
Segundo Knowles, figura central nos EUA relacionada à educação de adultos, à medida que as pessoas amadurecem, sofrem transformações:
Passam de pessoas dependentes (crianças) para indivíduos independentes, auto-direcionados.
Acumulam experiências de vida que vão ser fundamento de seu aprendizado futuro.
Seus interesses pelo aprendizado se direcionam para o desenvolvimento das habilidades que utiliza no seu papel social e na sua profissão.
Passam a esperar uma imediata aplicação prática do que aprendem, reduzindo seu interesse por conhecimentos a serem úteis num futuro distante.
Outro estudioso, Edgar Dale, que nasceu em 17 de abril em 1900, em Minnesota (EUA), foi professor e muito contribuiu no que tange a estudos referentes à comunicação educacional.
Escreveu uma série de livros voltados ao aprendizado e desenvolveu o "Cone of Learning" (Pirâmide do aprendizado adulto).
Dale quando construiu sua pirâmide considerou também, nosso sistema representacional, portanto partiu do princípio que em uma sala de aula existem pessoas dos variados tipos:
Visuais ? assimilam melhor através de gráficos, leitura, slides ou desenhos.
Auditivas ? assimilam melhor através de músicas ou das palavras ouvidas.
Sinestésicas ? assimilam melhor através da participação, exercitando.
0s percentuais atribuídos a cada forma de comunicação, na pirâmide, são valores médios, obtidos através de amplos estudos.
Numa abordagem individual estes valores podem sofrer variações de acordo com o perfil de cada um, mas o certo é que, quanto mais sentidos são envolvidos, melhores são os resultados.
Não somos completamente visuais, auditivos ou sinestésicos. Alteramos nossa percepção através dos livros que lemos, das palavras que ouvimos e das pessoas que nos aproximamos.
Para um melhor aprendizado na vida adulta, explore o máximo possível, todos os sentidos.
Como curiosidade acrescentamos a seguinte afirmação de Confúcio que, já havia dito, há 2500 anos: "O que eu ouço, esqueço.
O que vejo, eu me lembro.
O que faço, compreendo"

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aos 83 anos, mulher demonstra que nunca é tarde para estudar

 Dona Nazinha, 83 anos, supera todas as dificuldades em busca do sonho de aprender a ler
Maria Martinha Freitas Santos, conhecida como Dona Nazinha, tem 83 anos e há dois começou a estudar em busca do sonho de aprender a ler. Quando pequena, morava em uma comunidade rural e não teve a oportunidade de ir para a escola. Essa oportunidade surgiu quando foi implantada em 2005 a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade onde mora, São Gonçalo do Rio Abaixo, região central de Minas.

“Nos meus tempos de criança as coisas eram muito difíceis, pois morava na comunidade de Fernandes, que é longe e não tinha estrada. Quando apareceu esta oportunidade de estudar, não pensei duas vezes. Algumas vezes criticam, nós idosos, por estarmos estudando, mas o conhecimento é bom para todos, tanto para os mais jovens quanto para os mais velhos”.

Dona Nazinha cursa atualmente a 2ª série e tem um encantamento especial pelas letras e pelos livros. “Estou gostando demais da escola, os professores ensinam direitinho e dão muita atenção. Os alunos são muito unidos, amigos, a merenda é boa. Tudo é muito especial, somos tratados com dignidade e muito respeito”, afirma a estudante.